Teatro “Para os Filhos dos Filhos dos Nossos Filhos”, obra do José Pacheco

SOBRE A APRESENTAÇÃO
“Para os filhos dos filhos dos nossos filhos” obra do educador português José Pacheco trata da urgência em transformar a educação, questiona o modelo pedagógico do século XIX ainda vigente nas nossas escolas, denuncia as armadilhas da burocracia, a solidão dos professores, a indisciplina dos alunos, toda infelicidade que rodeia as escolas e consecutivamente o insucesso da educação brasileira.
Traduzido para o palco pela Cia Marapuanesca de Teatro com interpretações marcantes nascidas de uma dramaturgia intensa, viva e identificável. Contos de angústia, de medo, de entrega, beleza e coragem compõem um espetáculo belo e forte, inquietante e esperançoso.
Alia-se a dramaturgia uma rica trilha sonora que amplia os sentidos do texto e a inovadora técnica de vídeo mapping que, ao tornar-se extensão do corpo do ator, cria os mais diversos cenários e transporta o espectador para um universo repleto de significados oferecendo ao espectador uma experiência sensorial e emotiva inesquecível.

APRESENTAÇÃO JOSÉ PACHECO

Trinta milhões de analfabetos, três milhões de jovens evadidos das escolas, o penúltimo lugar no ranking da educação no mundo, superlotação das fundações que abrigam menores infratores, todos estes dados instigaram a montagem desta obra de José Pacheco, um português revolucionário, um homem que reinventou a pedagogia, por uma escola sem séries, sem paredes, sem exclusão, sem competição. Há algo muito estranho e incoerente na educação, pois segundo Paulo Freire “os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. Este modelo instituído desde o século XIX não atende e tampouco sensibiliza crianças e jovens do século XXI.

O teatro traz para o palco nove contos nas mais diversas situações diárias da escola: a solidão do professor, a burocracia inútil e cara, a infelicidade dos alunos, o modelo velho e desgastado da escola, que nos faz refletir profundamente sobre o papel que a educação (não) está cumprindo e o quanto isto implica na formação de um país. É preciso mudar, pois como disse João Cabral de Melo Neto “As escolas engolem gente e vomitam bagaço”.

Cenas desenhadas com a tecnologia do mapping dialogam com os atores projetando fotos, vídeos e depoimentos em seus figurinos que além de dar forma aos personagens também tornam-se telas. O ator tem o cenário e o figurino como extensão do seu corpo e de seu texto. As projeções serão milimetricamente exibidas em telas móveis, manipuladas pelos atores, que juntas chegam a dez metros. A sonoplastia traz desde clássicos do rock n’ roll, como erudito, instrumental brasileiro, cantos de tribos indígenas e quilombolas. Um espetáculo que anuncia de maneira criativa, poética, meditativa e politica as mudanças que urgem acontecer no cenário da educação brasileira.

SOBRE A CIA MARAPUANESCA DE TEATRO

Formada por profissionais das áreas das artes cênicas e da educação, a Cia realiza trabalhos nas mais variadas vertentes da arte educação comprovando resultados de excelência. Com artistas especializados desenvolve pesquisas de construção cênicas e novas linguagens.

Empenhados em ampliar seus conhecimentos, desde 2010 abraçaram os estudos das obras do Professor José Pacheco e em 2013 o grupo debruçou-se sobre a montagem da peça “Para os filhos dos filhos dos nossos filhos” da obra do fundador da Escola da Ponte de Portugal.