Sinopse
Três diferentes mulheres nos corpos, nas idades, nos caminhos da dança.
Três linguagens de dança dialogando: danças indianas, flamenco, danças do mundo.
Três corpos femininos com suas longas trajetórias.
Quantos “nós” são possíveis tecer?
Betty Gervitz, Deborah Nefussi e Sonia Galvão acreditam que os “nós” se multiplicam numa vasta rede quando os afetos, a maturidade e a resiliência estão presentes no desejo de dançar e de se deixar permear.
Três aspectos nortearam a construção deste espetáculo:
• O desejo de continuidade e aprofundamento da troca artística iniciada em 2006, com o espetáculo Com-Fluência.
• O entrelaçamento entre linguagens de dança, presentificando os diálogos interculturais necessários em tempos cada vez mais polarizados.
• O compromisso ético de mostrar que a dança pode estar presente em todos os corpos, inclusive nos mais maduros, com beleza, dignidade, generosidade e sensualidade.
Concepção
O Brasil, segundo o Censo de 2022, tem 10,9% de sua população com mais de 65 anos. No entanto, é um país que cultua a juventude e discrimina os que envelhecem. É importante rever a maneira como percebemos o envelhecimento, reconhecendo e valorizando a experiência e as contribuições que podem ser associadas a esse processo. Certamente, a dança pode colaborar para isso.
Nesse sentido, o espetáculo A Dança em Nós, apresenta mulheres com corpos e idades fora do padrão dominante, proporcionando empatia num público cada vez mais ávido por se ver espelhado de modo digno, valorizado e belo. Betty, Deborah e Sonia encarnam nos seus corpos e danças esta representatividade tão almejada.
As profissionais, embora tendo traçado trajetórias individuais, cruzaram caminhos em diversas atividades pedagógicas, investigações como bailarinas e como coreógrafas. Buscaram as raízes de seus temas de pesquisa, viajando inúmeras vezes para os países de origem de suas danças.
Em 2006, iniciaram em parceria o espetáculo Com-Fluência, no qual as linguagens da dança indiana, do flamenco e das danças do mundo
estavam presentes.
Durante a pandemia, em 2021, criaram o projeto Fluxo, oferecendo oficinas online que culminaram numa apresentação presencial. As coreografias mesclavam as três linguagens com músicas de origem árabe, espanhola e indiana.
Em 2023, num desejo de dar continuidade às suas pesquisas e aprofundar o diálogo entre elas, conceberam o espetáculo A Dança em
Nós, juntamente com o músico Gabriel Levy, que colaborou com criações e intervenções sonoras. Fabio Namatame criou a estética dos figurinos.
A proposta dos artistas foi trazer ao público a prova de que a interlocução entre diferentes culturas, linguagens e corpos, pode ampliar a forma de experimentar o ser e o estar no mundo.
Em outubro de 2023, o espetáculo A Dança em Nós, fez uma prévia no Café Piu Piu, com duas apresentações que tiveram uma acolhida calorosa da plateia presente.